Tenho de começar essa newsletter com um pedido de desculpas. Excelentíssimo leitor, excelentíssima leitora, me perdoem por ter ficado fora do ar por dois meses! Foi mal, mas sabe como é: compromissos, muito trabalho, viagens e a Pedivela parou de girar. Mas agora volta com tudo e justo quando vai começar a principal prova do ciclismo mundial: o Tour de France.
A disputa começa amanhã e vai até 27 de julho, compreendendo 21 etapas, somando exatos 3.338,8 km e “só” 52.500 m de ganho de elevação. Isso tudo dividido em sete etapas planas, seis com subidas, seis de montanha, sendo cinco com chegadas no alto, além de dois contrarrelógios e apenas dois dias de descanso.
Largam amanhã (pela manhã no Brasil), 184 ciclistas, representando 23 equipes. Nem todos estarão na etapa final, em Paris, que terá mudanças no percurso, incorporando a subida de Montmartre, que fez muito sucesso na prova de ciclismo de estrada dos Jogos Olímpicos do ano passado.
O favorito, como sempre, é Tadej Pogacar, da equipe UAE. O principal desafiante, também como sempre, Jonas Vingegaard, da Visma Lease a Bike. Mas uma jornada tão longa sempre tem heróis e histórias improváveis ao longo do caminho, que deixam o Tour ainda melhor. Quer ver como isso funciona? Assista as três temporadas do documentário “No Coração do Pelotão”, da Netflix. A mais recente e infelizmente a última edição da série estreou esta semana.
Para ver a disputa ao vivo, só sintonizar a ESPN, que transmite todas as etapas (completas no Disney+ e as últimas 3 horas de cada dia na TV a cabo). O GCN fez uma boa prévia contanto o que esperar de cada etapa e de cada favorito às camisas. O conteúdo é em inglês, mas testei a tradução e geração de legendas automáticas do YouTube e funcionam muito bem.
Abaixo dois bons exemplos do tamanho dessa competição. Clique para conferir.
Enquanto isso na Itália...
As ciclistas disputam de domingo a 13 de julho o Giro d’Italia Donne, a versão feminina de uma das principais voltas do calendário anual. Serão oito etapas, somando 939,6 km e 14.300 metros de ganho de elevação, incluindo um contrarrelógio, dois percursos planos, três de montanha média e dois com muita altimetria.
Ao contrário do Tour de France, que tem favoritos muito favoritos, a disputa pela classificação geral do Giro Donne está bem aberta. O Brasil mais uma vez será representado pela Tota Magalhães, correndo pela equipe Movistar. No ano passado, ela vestiu a camisa azul, da líder do ranking de montanha, por uma etapa.
Esta é a última vez que o Giro Donne será disputado em julho. Para evitar a concorrência com o Tour de France, a prova acontecerá no início de junho a partir do ano que vem.
Aqui no Brasil, a transmissão da prova será do D Sports, disponível apenas na Sky, todos os dias a partir das 10h.
MTB tem novos campeões brasileiros
O Campeonato Brasileiro de Montain Bike aconteceu no fim se semana passado, em Congonhas (MG), e definiu quem vai poder usar a camisa com a bandeira brasileira pelos próximos 12 meses. Sim, caro leitor, estimada leitora, você até pode usar uniforme verde-amarelo ou com a bandeira. Mas aquele modelo da foto aí embaixo, só ser for campeão de uma das três modalidades disputadas.
E tem muito nome novo nessa lista. No XCE (cross-country eliminator), os vencedores da elite foram Gabriel Gaspar e Luiza Cocuzzi. No XCC (cross-country short track), Karen Olímpio e Alex Malacarne (primeiro ano na elite). No XCO (cross-country olimpic), José Gabriel e novamente Karen Olímpio (bruta demais!). Para conhecer os campeões em todas as categorias, da júnior à master, confira a cobertura completíssima do Bike na Lama.
Brasileiro de estrada e contrarrelógio acontece neste fim de semana
Começou ontem e vai até domingo a disputa pelas camisas de campeão brasileiro no ciclismo de estrada. A prova de resistência tem largada em São Paulo e o trajeto percorre parte de planalto da Rodovia Anchieta. Já o contrarrelógio será realizado em Mairiporã.
A polêmica ficou por conta da distância prevista para as provas de resistência: 146,8 km na masculina e 73,4 km na feminina, respectivamente 20% e 30% abaixo do mínimo que a senhora dona do esporte UCI pede. Teve muita reclamação para que isso fosse aumentado. Parece que a CBC disse que aumentaria, mas até o fechamento desta edição, não havia nenhuma informação oficial no site da competição confirmando a informação. O comunicado distribuído à imprensa também não trazia nenhuma informação sobre a quilometragem.
O problema principal é que quem fizer pontos aqui para o ranking mundial pode ser contestado depois por concorrentes internacionais porque a prova não alcançou o mínimo exigido pelo regulamento da UCI.
E quer mais uma: a prova de contrarrelógio, que acontece hoje, também seria na Anchieta. Mas no dia 1º de julho (quanta antecedência!) a CBC enviou um comunicado avisando a mudança de local para Mairiporã.
Ainda querem que o esporte cresça por aqui com toda essa bagunça. E nem há previsão de transmissão das provas, nem mesmo no Youtube da CBC. Também nenhuma menção sobre a competição no perfil do Instagram (o post abaixo é do brasileiro do ano passado).
Sprint
Aqui só tem notícia rapidinha.
Esta não é nova, mas é interessante. Em 2025 completam-se três anos desde que a Aliança Bike começou a medir a quantidade de cicloturistas nas principais rotas do país com um contator portátil que passa um mês em cada uma delas. Aqui vão os últimos números disponíveis para as duas principais:
Caminho da Fé (SP/MG): quantidade estimada de 54,8 mil ciclistas em 2024 (crescimento de 31,2% na comparação com 2023).
Circuito Vale Europeu (SC): quantidade estimada de 7.288 em 2024 (redução 12,9% na comparação com o ano anterior).
Por hoje é isso. Bora girar o pedivela!